11/08/2017. Entrevista por Marta Daniela Santos.
Hoje concluímos esta série de entrevistas, em que temos vindo a recordar os investigadores cE3c distinguidos no Encontro Anual cE3c 2016 :)
Pedro Pinho (eChanges-cE3c) foi distinguido com o PostDoc Merit Award no Encontro Anual cE3c 2016, que se realizou nos dias 27 e 28 de junho 2016 na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Pedro Pinho concluiu em 2011 o seu doutoramento em Biologia pela Universidade de Lisboa, sob a orientação de Cristina Branquinho e Cristina Máguas. É actualmente investigador de pós-doutoramento no cE3c, inserido no grupo ‘eChanges - Ecology of Environmental Change’, usando os grupos funcionais de vegetação e os padrões espaciais para avaliar os efeitos das alterações ambientais com origem natural e origem humana, como a desertificação e degradação da terra, as alterações climáticas, a eutrofização e a utilização da paisagem. Pedro Pinho trabalha também na biodiversidade e ecologia de líquenes.
Qual o tema, ou quais os temas, em que tens trabalhado no teu pós-doc?
O meu trabalho é em geral sobre os efeitos das alterações ambientais no funcionamento e estrutura dos ecossistemas, incluindo o fornecimento de serviços por esses ecossistemas. As alterações ambientais com que trabalho têm origem natural e humana: desertificação e degradação do solo, clima, eutrofização e poluição atmosférica e alterações do tipo de uso do solo. Os efeitos são medidos com várias abordagens, incluindo diversidade funcional e deteção remota. O meu trabalho tem em geral uma perspetiva de aplicação, como por exemplo a utilização de indicadores ecológicos para mapear o efeito da ilha de calor urbana, usar a diversidade funcional para calcular os valores limites de poluentes para a proteção dos ecossistemas ou usar a deteção remota para perceber o efeito do clima na produtividade vegetal.
Quais são os principais desafios neste trabalho?
Os desafios dependem da área de trabalho. Um deles é a ligação entre a informação de deteção remota com a diversidade e outras caraterísticas dos ecossistemas medidas no campo. Outra é adquirir a capacidade de recolher grande quantidade de dados sobre os ecossistemas, o que é especialmente importante em ecologia urbana devido às grandes variações no espaço e no tempo.
Porque escolheste esta área de investigação?
Tem muito a ver com gosto pessoal pelos organismos estudados, como os líquenes ou plantas, e com o tipo de análise de dados que as perguntas científicas permitem. E também com a grande aplicabilidade dos resultados, relacionada com ligação entre as perguntas de investigação com organismos oficiais e empresas. E, suspeito que como na maioria dos percursos a influência vem do entusiasmo dos professores que tenho encontrado. Trabalho em ecologia, sobretudo com vegetação, o que tem a ver com a inspiração de professores como Marina Bastos, Fernando Catarino, Maria Amélia Martins Loução, Otília Correia, e mais recentemente com a Cristina Máguas e Cristina Branquinho.
O que significou para ti receber esta distinção?
Gostei sobretudo porque posso partilhar o prémio com todas as pessoas com que trabalhei e trabalho, porque é mesmo tudo um trabalho de equipa!
Que conselhos gostarias de deixar para quem pretenda seguir esta área?
Sobretudo o de escolher algo em que gostem de trabalhar, seja pelo organismo, pelas técnicas, pela aplicabilidade. E perseverança, é necessária para trabalhar em qualquer área.
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