2/10/2019. Texto de Marta Daniela Santos. Na imagem: quatro tipos de biocrosta do solo que podem ser encontrados em ecossistemas arbustivos típicos Mediterrânicos.
Estudar os ecossistemas em risco na Bacia do Mediterrâneo é o objetivo do projeto Med-N-Change, que vai ser desenvolvido pela investigadora Lourdes Morillas ao longo dos próximos dois anos. Com uma Bolsa Marie Skłodowska-Curie de mobilidade, a investigadora chega ao cE3c vinda da Università degli Studi di Sassari (Itália).
A Bacia do Mediterrâneo é uma das regiões com maior biodiversidade do mundo – e também uma das mais vulneráveis. O aumento da concentração de azoto no solo, e as mudanças significativas nas dinâmicas de precipitação em consequências das alterações climáticas, podem ter graves consequências na biodiversidade destes ecossistemas. Como é que estes efeitos interagem entre si? Quais são as consequências para os organismos que vivem na superfície do solo destes ecossistemas, e para os serviços por eles proporcionados? De que forma podemos destrinçar os efeitos conjuntos das alterações climáticas e aumento da concentração de azoto?
Estas são algumas das questões que vão guiar a investigação no projeto “Med-N-Change: Assessing the Interactive Effects of N Addition and Climate Change on Soil Processes through the Biological Soil Crust in Mediterranean Ecosystems”, no âmbito das quais Lourdes Morillas vai estudar a bio-crosta do solo – líquenes, musgos e cianobactérias – para avaliar as consequências das alterações globais nos ecossistemas Mediterrânicos.
Ecossistema arbustivo típico Mediterrânico.
Com início a 1 de setembro de 2019, o projeto prevê a visita a três locais com estudos de longa duração de manipulação de azoto, que desde 2013 se constituem com a rede NitroMED: na Arrábida (Portugal), em Capo Caccia (Itália) e em El Regajal-Mar de Ontígola (Espanha).
No cE3c, Lourdes Morillas irá trabalhar integrada no grupo “Plant-Soil Ecology”, com a orientação da investigadora Silvana Munzi. Os resultados deste projeto terão potencial impacto na política ambiental e na previsão de cenários de alterações globais, e poderão também melhorar a gestão dos ecossistemas mediterrânicos.
Pode acompanhar o progresso do Med-N-Change no site e também na conta Twitter do projeto.