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Investigadores do cE3c distinguidos pelo Prémio de Doutoramento em Ecologia – Fundação Amadeu Dias 2017

25/10/2017. Texto de Maria Amélia Martins-Loução e Marta Daniela Santos.

Ricardo Rocha e Alice Nunes foram distinguidos com o primeiro e segundo lugar, respetivamente, na primeira edição do Prémio de Doutoramento em Ecologia – Fundação Amadeu Dias, organizado pela SPECO – Sociedade Portuguesa de Ecologia. Elsa Teresa Rodrigues, do CFE – Centro de Ecologia Funcional (Universidade de Coimbra) foi distinguida com o terceiro lugar.

Ricardo Rocha e Alice Nunes (cE3c-FCUL), e Elsa Teresa Rodrigues (CFE-UCoimbra) foram distinguidos com o primeiro, segundo e terceiro lugares pelo júri convidado a avaliar as candidaturas nesta que foi a primeira edição do Prémio de Doutoramento em Ecologia – Fundação Amadeu Dias.

Ricardo Rocha e Alice Nunes (cE3c-FCUL), distinguidos com o primeiro e segundo lugar no Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias

Para além de avaliar o currículo de cada candidato, o júri avaliou também o interesse, originalidade e inovação para a ciência do projeto desenvolvido pelos candidatos, que tinham de apresentar de forma sucinta o trabalho desenvolvido em cerca de 500 palavras.

Ricardo Rocha estudou o efeito da fragmentação florestal nas comunidades faunísticas tropicais, usando morcegos como modelo biológico. O aspeto inovador da sua investigação foi a abordagem utilizada para avaliar os efeitos à escala espacial e temporal. Para isso tirou partido de uma base de dados de morcegos amostrados em floresta contínua entre 1996 e 2002 e da sua própria recolha de observações entre 2011 e 2014. Este estudo constitui uma ferramenta de gestão na regeneração de paisagens fragmentadas, dando realce ao benefício da protecção das florestas secundárias para a conservação de vertebrados tropicais.

Alice Nunes estudou e identificou atributos funcionais das plantas como ferramenta para o restauro de zonas áridas e mostrou que a diversidade funcional responde de forma mais previsível ao clima do que a diversidade de espécies. Com este trabalho desenvolve um indicador baseado em múltiplos atributos funcionais, que pode ser usado para mapear áreas em risco de desertificação e degradação do solo. Ou seja, uma ferramenta que contribui para melhorar as previsões dos efeitos das alterações climáticas nas zonas áridas e optimizar estratégias de gestão e restauro destas áreas.

O terceiro trabalho seleccionado, de Elsa Teresa Rodrigues, é um importante contributo para o desenvolvimento de ensaios ecotoxicológicos alternativos ao uso de peixes (organismos vertebrados) em laboratório. Neste trabalho usou o caranguejo Carcinus maenas como modelo experimental e desenvolveu um teste in vitro com linhas celulares para a avaliação do risco ambiental do fungicida, azoxistrobina, normalmente usado em agricultura. Com esta metodologia foi-lhe possível determinar a variação sazonal e espacial dos fungicidas no estuário do rio Mondego assim como os níveis críticos reais presentes no sistema estuarino. Este trabalho alerta, ainda, para a necessidade de se melhorar os processos de avaliação do risco ambiental dos biocidas usados, normalmente, em agricultura. 

Os primeiros dois classificados receberão prémios monetários no valor de €2500 e €1000, respetivamente, recebendo a terceira classificada uma menção honrosa. Além disso, os três distinguidos ficam também isentos do pagamento das quotas da SPECO por um período de dois anos. Os três primeiros classificados irão apresentar o seu trabalho no 16º Encontro Nacional de Ecologia, que terá lugar a 9 e 10 de novembro na Reitoria da Universidade de Lisboa.

O prémio recebeu nove candidaturas, de doutorados com teses defendidas nas Universidades de Lisboa, Coimbra, Aveiro, Porto e Algarve.

Constituição do júri:

  •       Professora Maria Amélia Martins-Loução, presidente da SPECO (Sociedade Portuguesa de Ecologia),
  •       Professor Henrique Cabral, professor catedrático da Universidade de Lisboa e coordenador do MARE (Centro de Ciências Marinhas e Ambientais),
  •       Professora Margarida Reis, professora associada com agregação da Universidade de Lisboa e coordenadora do cE3c (Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas),
  •       Professora Helena Freitas, professora catedrática da Universidade de Coimbra e coordenadora do CFE (Centro de Ecologia Funcional),
  •       Professora Myriam Lopes, professora auxiliar da Universidade de Aveiro, e vice-coordenadora do CESAM (Centro de Estudos Ambientais e Marinhos),
  •       Doutor Joaquin Hortal, investigador colaborador do cE3c, do Museu Nacional de Ciencias Naturales (CSIC) Madrid,
  •       Doutor João Gonçalves, administrador da Fundação Amadeu Dias.


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