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Nova página web sensibiliza para a conservação do golfinho-corcunda do Atlântico

3/02/2021. Texto adaptado por Marta Daniela Santos do comunicado de imprensa oficial emitido pelo consórcio.

Uma equipa internacional de cientistas e organizações de conservação lança uma nova página web que pretende alertar para a urgência da conservação do golfinho-corcunda-do-Atlântico, uma espécie considerada Criticamente em Perigo a nível mundial. A página está disponível em português, inglês e francês e disponibiliza informação clara e diversos recursos para sensibilizar para conservação desta espécie: estima-se que existam menos de 3000 golfinhos-corcunda do Atlântico em todo o mundo.

O golfinho-corcunda-do-Atlântico (Sousa teuszii) encontra-se apenas nas águas pouco profundas da costa atlântica tropical e subtropical de África, estando classificado como Criticamente em Perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês). A sua presença está confirmada na costa de 13 países no ocidente de África, entre o Saara Ocidental, a Norte, e Angola, a Sul.

As três línguas em que a página web agora lançada está disponível – português, inglês e francês – refletem as três línguas mais faladas nestes países. Para além de disponibilizar informação sobre a distribuição, biologia, ecologia e ameaças a que está sujeito o golfinho-corcunda do Atlântico, a página disponibiliza também um mapa interativo que permite explorar o que se conhece sobre esta espécie e quem a estuda em cada um destes países.

Especialistas e interessados pelo tema são uma das audiências que se pretende alcançar e envolver nesta página, que disponibiliza literatura científica, relatórios e protocolos científicos – mas não só. São também disponibilizadas folhas para colorir para crianças em idade escolar, por exemplo, acompanhadas de curiosidades sobre esta espécie.

A página, que continuará a ser atualizada com mais recursos e informações, é criada pelo Consórcio para a Conservação do Golfinho-corcunda-do-Atlântico (CCAHD, em inglês), que reúne mais de 50 especialistas e mais de 40 organizações de investigação e conservação a nível internacional, entre eles o Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais – cE3c.

“Com a criação desta página web pretendemos chamar a atenção para a necessidade premente de implementar medidas de conservação que protejam o golfinho-corcunda do Atlântico, antes que seja tarde demais. E para isso é essencial o envolvimento das comunidades locais nos países onde ocorre esta espécie. Em conjunto com a página web, a equipa de investigadores que faz parte do consórcio está a desenvolver planos de ação em várias vertentes, que vão desde a implementação de uma rede para recolha de amostras biológicas, a estudos genéticos e de ecologia”, explica Rita Amaral, investigadora do cE3c, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e uma das investigadoras que faz parte deste Consórcio.

Estima-se que existam menos de 3000 golfinhos-corcunda-do-Atlântico em todo o mundo, o que leva organizações internacionais de conservação – incluindo a IUCN, a Convenção sobre as Espécies Migratórias e a Comissão Baleeira Internacional – a manifestar sérias preocupações sobre o futuro da espécie. Restritos a habitats de águas pouco profundas, que se sobrepõem às atividades humanas como a pesca e o desenvolvimento costeiro, pensa-se que os golfinhos-corcunda do Atlântico estejam em declínio em toda a sua área de distribuição. O enredamento nas redes de pesca é a maior causa de mortalidade da espécie, embora a caça direta e a perda e degradação do habitat próximo da costa também contribuam para este declínio.

Exemplos dos diferentes habitats ocupados pelo golfinho-corcunda-do-atlântico, incluindo perto da costa, ao longo de zonas costeiras expostas, vários quilómetros ao largo, em riachos dentro de mangais e em águas turvas sob a influência de estuários

"Estamos extremamente satisfeitos por termos desempenhado um papel na concretização deste valioso recurso.  Esperamos que inspire um vasto leque de interessados, desde indivíduos a organizações não-governamentais, indústrias e governos nos países onde estes golfinhos são encontrados, a aprender sobre a espécie e a trabalhar a partir do solo para a proteger", refere Lorenzo von Fersen, do Jardim Zoológico de Nuremberga, instituição que faz parte deste Consórcio e que financia a página.

O Consórcio para a Conservação do Golfinho-corcunda-do-Atlântico está também a finalizar um relatório que avalia as lacunas em termos de conhecimento, recursos e capacidades que estão a dificultar os esforços de conservação da espécie, fazendo recomendações para um conjunto de ações que podem ser implementadas.

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