20/04/2018. Texto de Marta Daniela Santos. Na imagem: Azolla filiculoides, fotografia de Francisco Carrapiço.
Quem descobriu os fetos do género Azolla? Quando se deu a descoberta, e como foi recebida por outros cientistas à época? Francisco Carrapiço (cE3c-FCUL; CFCUL) explora estas e outras perguntas no capítulo Azolla and Bougainville’s Voyage Around the World (disponível para download aqui), agora publicado no livro Current Advances in Fern Research, editado pela Springer.
Os Azolla são um género de fetos aquáticos com um aspeto peculiar, não se parecendo tanto com fetos convencionais, mas mais com alguns musgos. Em 2017 assinalaram-se 250 anos sobre um facto científico pouco conhecido: foi em 1767 que pela primeira vez foram recolhidos exemplares do género Azolla para fins científicos. Esta recolha foi feita durante a expedição francesa liderada por Louis Antoine de Bougainville (1729-1811), que navegou à volta do mundo entre 1766 e 1769.
No capítulo agora publicado, Francisco Carrapiço, investigador do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais e do Centro de Filosofia das Ciências da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, alia a Biologia à História das Ciências para fazer uma retrospetiva histórica sobre a descoberta dos fetos do género Azolla.
Francisco Carrapiço explora a história desta expedição francesa que, para além de Bougainville tem também como protagonistas os botânicos franceses Philibert Commerson (1727-1773) e Jeanne Baret (1740-1807) (reconhecida como a primeira mulher a circum-navegar o globo), discute quem deve ser considerado o autor da descoberta e recolha dos exemplares, o que aconteceu aos exemplares recolhidos, e como a descoberta foi (ou não) creditada por outros cientistas ao longo do tempo.
O capítulo está disponível para leitura aqui. Faz parte do livro Current Advances in Fern Research, editado por Helena Fernández (Universidade de Oviedo, Espanha), da editora Springer. Mais informações sobre este livro podem ser encontradas aqui.