_{15/12/2016. Texto por Marta Daniela Santos.}

A investigadora cE3c Ana Rita Patarra apresentou uma parte do trabalho que está a desenvolver no âmbito do seu projeto de doutoramento, sobre o desenvolvimento da aquacultura de algas nos Açores, na 1ª Feira de Inovação e Desenvolvimento Local da Ribeira Grande (Açores). A Feira – uma mostra das atividades económicas ligadas ao turismo, agricultura e mar atualmente desenvolvidas no concelho – teve lugar entre 18 e 20 de novembro 2016.

No seu doutoramento, Ana Rita Patarra avalia o potencial de cultura e o impacto de diferentes técnicas de colheita no crescimento de espécies de algas marinhas com valor económico. Os dois posters que apresentou na Feira, inseridos na temática “Mar – Macroalgas Marinhas”, focaram a espécie Halopteris scoparia (Linnaeus) Sauvageau: ”Esta espécie tem um grande interesse para a indústria nutracêutica [nutrição & farmacêutica] e da cosmética devido às suas actividades biológicas já reconhecidas, por exemplo antioxidante, antibacteriana, antifúngica, anti-envelhecimento, anti-rugas...”, explica Ana Rita Patarra. “ A H. scoparia é uma espécie cosmopolita, estando também presente nos arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias, sendo colectada em alguns destes arquipélagos para posterior venda para a indústria. O impacto negativo da exploração desta espécie pode ser minimizado através do seu cultivo”, refere ainda.

Os posters apresentados foram: In vitro culture of Halopteris scoparia (Heterokontophyta, Phaeophyceae) from Azores: Effects of light and stocking density e Effect of stocking density and water flow on Halopteris scoparia IMTA cultivation. No primeiro trabalho, Ana Rita Patarra avaliou o impacto da densidade de cultivo, da luz e da temperatura no crescimento in vitro desta espécie, um trabalho que foi recentemente publicado no Journal of Applied Phycology. No segundo, avaliou o efeito da densidade de cultivo e do fluxo de água na produtividade e na capacidade de biofiltração de H. scoparia num sistema de aquacultura multitrófica integrada (do inglês IMTA), instalado numa empresa de aquacultura. “Globalmente, H. scoparia parece ser uma espécie promissora para a exploração da aquacultura”, conclui Ana Rita Patarra.