5/03/2018. Texto de Marta Daniela Santos.
Federica Lucati, estudante de doutoramento no cE3c, foi distinguida com a Bolsa de Conservação em Herpetologia 2018 atribuída pela Sociedade Europeia de Herpetologia (SEH), para estudar a conservação do tritão-dos-pirinéus (Calotriton asper) face à introdução de peixes de espécies invasoras.
As Bolsas de Conservação em Herpetologia são atribuídas anualmente pela Sociedade Europeia de Herpetologia (SEH), apoiando com até €2000 projetos orientados para a conservação dos anfíbios e répteis da Europa e Bacia do Mediterrâneo com foco numa espécie ou num habitat. Federica Lucati, estudante de doutoramento no cE3c, é a distinguida na edição de 2018, recebendo o valor máximo (€2000) para desenvolver o projeto Conservation of the endemic Pyrenean newt (Calotriton asper) in the age of invasive species: Interlake dispersal and colonisation Dynamics, em colaboração com os investigadores Alexandre Miró e Marc Ventura, do Centro de Estudos Avançados de Blanes (CEAB-CSIC).
Este trabalho insere-se no projeto de doutoramento de Federica Lucati: “O principal objetivo do meu doutoramento é estudar a variabilidade genética e a estrutura populacional de espécies selecionadas de anfíbios, como o tritão-dos-pirinéus (Calotriton asper) e o sapo-parteiro-comum (Alytes obstetricans), como forma de orientar as prioridades de investigação e conservação e conceber medidas de conservação específicas para estas espécies”, explica Federica.
O tritão-dos-pirinéus é, tal como o nome sugere, endémico desta região, habitando regiões de lago e zonas de corrente. Uma das principais ameaças à conservação desta espécie, listada como Quase Ameaçada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), é a perda dos seus habitats aquáticos, principalmente devido à introdução de peixes de espécies invasoras.
“Neste projeto iremos investigar os padrões de colonização do tritão-dos-pirinéus em novos ecossistemas e o processo de migração de lagos e zonas de corrente próximas, através de abordagens genéticas e de campo, numa área de colonização recente no Parque Nacional Aigüestortes i Estany de Sant Maurici, nos Pirinéus, em Espanha”, explica Federica Lucati.
Federica Lucati iniciou em 2014 no cE3c o Programa Doutoral em Biodiversidade, Recursos Genéticos e Evolução (BIODIV), o qual permite aos estudantes incluir no seu plano de trabalhos uma estadia de dois anos numa instituição estrangeira. Federica Lucati encontra-se atualmente no Centro de Estudos Avançados de Blanes (CEAB-CSIC), em Espanha, para o seu segundo e terceiro ano de doutoramento, regressando em 2019 ao cE3c. Tem como orientadores Rui Rebelo (cE3c-FCUL) e Marc Ventura (CEAB-CSIC).
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