23/04/2020.Texto adaptado por Marta Daniela Santos do comunicado oficial emitido pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática, disponível aqui, e pela informação disponibilizada por Ciências ULisboa aqui. Na imagem: ETAR de Alcântara. Fonte: Águas de Portugal.
Foi lançado esta segunda-feira, 20 de abril, o projeto COVIDETECT, que tem por objetivo criar um sistema de alerta precoce da presença do vírus SARS-CoV-2, agente etiológico da COVID-19, através da análise de águas residuais e assim melhorar a resposta a eventuais novos surtos da doença.
Anunciado esta segunda-feira pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática, o COVIDETECT é coordenado pela Águas de Portugal. A coordenação científica do projeto é assegurada pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e o Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais – cE3c é uma das unidades de investigação que nele está ativamente envolvido.
O COVIDETECT pretende contribuir para a aferição da circulação do vírus na população antes da sua disseminação na comunidade. Para isso, pretende usar as estações de tratamento de águas residuais (ETAR) como watch dog da circulação do vírus SARS-CoV-2 na população e estabelecer um sistema de alerta precoce que transfira informação para as autoridades competentes e contribua para a capacidade de preparação e de resposta do país face a eventuais novos surtos.
Para alcançar estes objetivos, o projeto decorrerá em duas fases. A primeira, que deverá ficar concluída daqui a um mês, corresponde à validação do método. Seguir-se-á a monitorização de cinco ETAR durante os seis meses seguintes, em paralelo com a modelação eco-epidemiológica das cargas virais e sequenciação dos genomas de SARS-CoV-2 presentes nas águas residuais.
As atividades de modelação da dinâmica de SARS-CoV-2 na rede de saneamento, a modelação eco-epidemiológica e a reconstrução dos genomas virais serão asseguradas por Ciências ULisboa.
Para além da Águas de Portugal e de Ciências ULisboa, fazem também parte do consórcio do projeto o Laboratório de Análises do Instituto Superior Técnico da ULisboa, responsável pelo desenvolvimento das metodologias para a deteção e quantificação do SARS-CoV-2 nas águas residuais; a Águas do Tejo Atlântico, a Águas do Norte e a SIMDOURO enquanto entidades gestoras de saneamento das regiões de Lisboa e norte de Portugal, e a Direção-Geral de Saúde como parte do Advisory Board, no qual estão também representados a EPAL e a Águas do Douro e Paiva.
Mais informações disponíveis aqui.