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Filipe Duarte Santos é o novo Presidente do CNADS

12/03/2017. Texto de Marta Daniela Santos.

Filipe Duarte Santos, investigador do cE3c e Professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), é o novo Presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS). O anúncio foi feito através de comunicado emitido pelo Conselho de Ministros esta quinta-feira, 9 de março.

Filipe Duarte Santos esteve à conversa com a FCUL no âmbito da sua nomeação para Presidente do CNADS:

O especialista em alterações climáticas e professor catedrático jubilado de Física na FCUL irá suceder ao biólogo e oceanógrafo Mário Ruivo, que faleceu em janeiro de 2017 e ocupou este cargo desde a constituição do CNADS em 1997. "É uma grande honra e vai ser um grande desafio manter e se possível melhorar a qualidade do trabalho realizado pelo CNADS no tempo do Prof. Mário Ruivo. Sinto uma grande responsabilidade em lhe suceder e irei fazer o meu melhor para que o CNADS mantenha a sua independência, rigor científico e qualidade de intervenção em defesa do ambiente e da sustentabilidade", afirma Filipe Duarte Santos.

Na sua presidência do CNADS, Filipe Duarte Santos considera prioritário contribuir para que se pratiquem melhores políticas públicas para a defesa a qualidade do ambiente e o desenvolvimento sustentável em Portugal com base na evidência científica: "Pretendo aproveitar o conhecimento e o empenhamento dos Conselheiros do CNADS, que têm formações e responsabilidades muito diversas na nossa vida pública. Pretendo também aconselhar o Governo em tudo o que diz respeito ao ambiente e desenvolvimento sustentável".

Esta nomeação surge num momento em que as alterações climáticas são questionadas por alguns sectores da política mundial. "O novo governo dos EUA adotou a política de defender decididamente a exploração e o uso de combustíveis fósseis - carvão, petróleo e gás natural - sem qualquer contenção que resultaria de procurar cumprir o Acordo de Paris. Isto poderá atrasar a descarbonização da economia mundial mas apenas temporariamente - a grande maioria dos países reconhece o problema e está disposta a resolvê-lo", explica Filipe Duarte Santos. Face às declarações recentes de Scott Pruitt, Diretor da Agência do Ambiente dos EUA, de que as emissões de CO2 não constituem a causa principal das alterações climáticas, Filipe Duarte Santos argumenta: "Isso não evita que elas sejam efetivamente a principal causa das alterações climáticas. A pós-verdade poderá funcionar em política mas não consegue alterar as leis da física. Estamos perante um dos limites do poder humano".

Filipe Duarte Santos é licenciado em Ciências Geofísicas pela Universidade de Lisboa (1963) e doutorado em Física Nuclear Teórica pela Universidade de Londres (1968). Dedicou-se à investigação científica em física nuclear teórica e astrofísica nuclear desde o período do doutoramento até cerca de 1986, tendo-se depois dedicado à investigação em ciências do ambiente e sustentabilidade e especialmente às alterações climáticas. Tem mais de 150 trabalhos de investigação publicados em revistas científicas com revisão por pares, em diversas áreas.

Coordenou mais de 20 projetos de investigação científica nacionais e internacionais e participou em muitos outros ao longo da sua carreira profissional. Destacam-se os Projetos SIAM I e SIAM II “Climate Change in Portugal. Scenarios, Impacts and Adaptation Measures”, cujos resultados foram publicados em 2002 e 2006 e o recente projeto ClimAdaPT.Local (2015-2016) que consistiu na elaboração de estratégias municipais de adaptação às alterações climáticas para 26 Municípios de Portugal. Em 2009, recebeu o Prémio Universidade de Lisboa.


Tags: CCIAM

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