_{15/12/2016. Texto por Marta Daniela Santos.}

A investigadora cE3c Maria José Caramujo é um dos elementos da equipa que apresentou a proposta “Diminuição da colonização bacteriana em moeda metálica”, que recebeu uma menção honrosa no concurso para o Prémio Inovação da Imprensa Nacional da Casa da Moeda (INCM). A equipa é também formada pelos investigadores Carla Carvalho (Instituto de Bioengenharia e Biociências do Instituto Superior Técnico) e Telmo Santos (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa). A cerimónia de entrega de prémios teve lugar no passado dia 6 de dezembro, no Salão Nobre da Casa da Moeda.

O dinheiro é uma fonte de contaminação microbiana – esta é a conclusão de vários estudos recentemente publicados, alguns dos quais da autoria dos investigadores desta equipa. Diversos estudos têm demonstrado que moedas recolhidas em hospitais e zonas de restauração estão frequentemente contaminadas com elevadas densidades de Staphylococcus aureus, Salmonella e Escherichia coli.

Esta conclusão esteve na base da ideia apresentada à INCM. Maria José Caramujo explica: “A liga metálica das moedas pode influenciar a adesão das células bacterianas e contribuir para a sua morte por contacto, sendo que alguns metais como a prata e o cobre actuam como agente antibacteriano. No entanto a morfologia superficial da moeda, com frisos, concavidades e sulcos, contribui para a acumulação de pele e detritos que facilitam a adesão e sobrevivência de bactérias. Assim, as moedas podem, pelo seu manuseamento, tornar-se foco de infecções”.

Na proposta apresentada à INCM, os investigadores pretenderam reunir os conhecimentos e meios necessários para proceder a uma análise sistemática do potencial de cada moeda para a colonização e sobrevivência bacteriana, permitindo novos critérios de concepção de moedas para minimizar a adesão bacteriana.