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cE3c conta com novo laboratório no Edifício C1, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa


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22/12/2017. Texto e fotografias de Marta Daniela Santos.

Foi inaugurado no passado dia 14 de dezembro o novo laboratório do grupo de investigação Adaptation in heterogeneous environments (EE-cE3c), liderado pela investigadora Sara Magalhães. A inauguração deste novo laboratório, situado no Edifício C1 (piso 2) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), surge na sequência da atribuição a Sara Magalhães de uma Bolsa de Consolidação ERC (ERC Consolidator Grant) em finais de 2016.

“Venham participar na visita guiada!”, exclamava Sara Magalhães à medida que colegas e amigos chegavam para a inauguração do novo laboratório. O seu entusiasmo era visível, à medida que guiava os recém-chegados pelas salas ainda com cheiro a novo e mostrava os novos recursos que vão permitir ao seu grupo expandir as suas linhas de investigação.

A inauguração deste laboratório surge um ano após Sara Magalhães ter recebido uma Bolsa de Consolidação ERC (ERC Consolidator Grant), a primeira a ser atribuída em Ecologia e Evolução em Portugal, para estudar um problema fundamental nesta área: como é que a competição entre organismos molda a evolução das espécies? 

Com financiamento do European Research Council até 2021, no projeto "COMPCON - Competição sob construção do nicho" (Competition under niche construction) Sara Magalhães e a sua equipa vão explorar um sistema biológico composto por duas espécies de ácaro-aranha, Tetranychus urticae e Tetranychus ludeni, que competem por um alimento - a planta do tomate. Estes ácaros-aranha alteram as defesas da planta do tomate de formas opostas quando se alimentam; o conjunto de experiências que Sara Magalhães está a desenvolver vai permitir perceber como é que esta alteração do ambiente condiciona a evolução destas duas espécies competidoras, ao longo de muitas gerações.

“As novas instalações são sem dúvida uma mais valia”, explica Leonor Rodrigues, investigadora de pós-doutoramento no grupo de investigação liderado por Sara Magalhães: “Todos nós sabemos que alguns laboratórios na FCUL têm equipamento velho e que há uma generalizada falta de espaço no C2. Por exemplo: uma incubadora velha que usámos nos últimos anos fez com que tivéssemos que abortar várias experiências, por já não controlar as condições de temperatura e humidade de forma tão precisa como devia”.

No novo laboratório, que custou mais de 250 000€, os investigadores vão poder contar com incubadoras novas e melhores, bem como mais espaço para plantar tomate e outras plantas necessárias às suas experiências. “Mais pessoas vão poder trabalhar em simultâneo, em projetos mais ambiciosos. É sem dúvida uma altura muito excitante para qualquer membro do Mite Squad!", exclama Leonor Rodrigues, referindo-se à forma humorística como o grupo se auto-denomina: o esquadrão do ácaro.

Os novos recursos deste laboratório serão fundamentais também para outros projetos que já estavam em curso. É por exemplo o caso do projeto de doutoramento de Diogo Godinho, estudante do Programa Doutoral BIODIV - Biodiversidade, Genética e Evolução. Diogo Godinho estuda as interações ecológicas e evolutivas entre plantas e herbívoros em ambientes poluídos por metais pesados: “O novo laboratório vai-me permitir crescer uma grande quantidade de plantas simultaneamente em condições controladas e, deste modo, manter populações de ácaros aranha em diferentes condições ambientais. Vou poder aumentar a escala das minhas experiências e assim, tentar responder a mais perguntas, mais ambiciosas”.

Mas todo o processo até chegar a este novo laboratório foi um desafio. O espaço, onde antes existia o bar do C1, encontrava-se disponível – mas poder utilizá-lo para o laboratório foi um processo moroso que envolveu vários meses de negociações com a FCUL, que inicialmente planeava tornar o espaço numa sala com mesas para estudo.

“Desde o planeamento do espaço, de forma a melhor responder às nossas necessidades, até ao resultado final foram meses de trabalho intenso. Foi preciso contactar diversos fornecedores e lidar com uma série de imprevistos assim como questões técnicas e burocráticas”, recorda Inês Santos, técnica do laboratório. Inês Santos já faz parte do grupo de investigação há algum tempo, tendo acompanhado de perto a transição para este novo espaço: “Neste laboratório vamos ter condições controladas, mais recursos, o que nos permite melhorar o nosso desempenho como investigadores e a qualidade do trabalho desenvolvido. Estou orgulhosa com o resultado alcançado especialmente porque foi obtido através do esforço e trabalho de equipa”.

O novo espaço e o financiamento assegurado pelo European Research Council para os próximos anos vão permitir continuar a assegurar as bolsas e contratos dos investigadores do grupo, bem como contratar novos recursos humanos: “Temos três novos técnicos de laboratório, e teremos uma nova investigadora de pós-doutoramento. Além disso permitiu manter as pessoas do meu grupo, que são excelentes!”, conclui Sara Magalhães.


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