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Alterações climáticas: segundo alerta da comunidade científica à humanidade

15/11/2017. Texto de Marta Daniela Santos.

Vinte e cinco anos depois, a comunidade científica faz um segundo alerta sobre os danos irreversíveis que estão a ser causados à Terra pela atividade humana, num artigo agora publicado na revista BioScience assinado por mais de 15 mil cientistas de todo o mundo – entre os quais, vários cientistas do cE3c. A extinção acelerada de espécies, o aumento das emissões de dióxido de carbono ou a destruição de habitats são alguns dos muitos danos que causam preocupação e exigem uma ação urgente, antes que seja demasiado tarde.

O artigo publicado esta segunda-feira na revista BioScience, intitulado “World Scientists’ Warning to Humanity: A Second Notice”, é assinado por cerca de 15 mil cientistas de 184 países – entre os quais mais de 200 cientistas portugueses, vários dos quais do cE3c. Os dados não deixam margem para dúvidas: continuamos a destruir a Terra, vinte e cinco anos após o primeiro alerta deste género feito pela comunidade científica.

“Necessitamos de uma grande mudança na nossa gestão da Terra e da vida que nela existe, se quisermos evitar a grande miséria humana”: assim se lê naquele que foi o primeiro alerta, um artigo publicado em 1992 na revista da organização Union of Concerned Scientists assinado por mais de 1700 cientistas. Neste artigo, os cientistas manifestavam preocupação sobre os atuais e potenciais danos causados à Terra pela atividade humana, apresentando dados sobre o tamanho da camada de ozono, a destruição da biodiversidade, as alterações climáticas e o crescimento da população humana, entre outros.

O artigo agora publicado, elaborado por uma equipa internacional, mostra a evolução nos vinte e cinco anos que separam estes dois alertas: com exceção do sucesso na redução da camada de ozono, todos os outros desafios ambientais se agravaram. Reunindo dados de agências governamentais, organizações sem fins lucrativos e investigadores, o artigo evidencia a extinção acelerada de espécies, o agravamento da desflorestação, o aumento das emissões de dióxido de carbono, entre outros danos, a par do rápido crescimento da população mundial.

É urgente tomar medidas que reduzam estas tendências alarmantes – antes que seja tarde demais. “Devemos reconhecer, no nosso dia-a-dia e nas nossas instituições governantes, que a Terra com toda a vida que alberga é a nossa única casa”, conclui o artigo.

 

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