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CNN dá destaque a investigação cE3c sobre o papel das aves na dinâmica das florestas de São Tomé e Príncipe

11/11/2016. Texto por Marta Daniela Santos.

O investigador cE3c Ricardo Lima estuda atualmente o papel das aves na propagação de espécies introduzidas de plantas e na regeneração da floresta nativa de São Tomé e Príncipe, através da dispersão de sementes. E a CNN dedicou um episódio do programa semanal Inside Africa ao seu trabalho.

A perda de habitat e a introdução de novas espécies são duas das maiores ameaças à conservação da biodiversidade. As ilhas são particularmente vulneráveis, pois evoluíram num contexto de isolamento e possuem um elevado número de espécies endémicas, variedades biológicas que não podem ser encontradas em mais nenhum outro lugar do mundo . No entanto, os mecanismos através dos quais estas ameaças operam ainda são pouco claros.

As florestas da ilha de São Tomé (República Democrática de São Tomé e Príncipe) apresentam uma das maiores concentrações de espécies endémicas em todo o mundo. Não admira, portanto, que Ricardo Lima as tenha escolhido como caso de estudo.

“É reconhecido que as aves são importantes agentes de dispersão de sementes nas florestas tropicais, e que esta função é vital para a regeneração da floresta. No entanto existem poucos estudos que demonstrem como é que a dispersão de sementes por aves está a contribuir para a disseminação de espécies introduzidas. Este é precisamente o objetivo deste trabalho, bem como tentar perceber que diferenças existem entre a dispersão nas florestas nativas e em ambientes influenciados pelas atividades humanas”, explica Ricardo Lima.

O projeto teve início em 2015 e irá prolongar-se até 2017. Está a ser desenvolvido em parceria com Rúben Heleno, do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, com financiamento da African Bird Club e da Rufford Foundation. No terreno, Ricardo Lima trabalha com o apoio da Associação Monte Pico (Organização Não Governamental de Ambiente) e da Direcção Geral do Ambiente de São Tomé e Príncipe. Neste trabalho participaram também Ana Coelho (mestranda do Mestrado de Biologia de Conservação da FCUL) e Filipa Mendes (mestranda do Mestrado de Ecologia da Universidade de Coimbra).

O conhecimento adquirido neste projeto será fundamental para definir estratégias de conservação eficazes a longo-prazo. “No atual contexto de fortes alterações ambientais, este trabalho vai ajudar a perceber como poderão ser as florestas tropicais no futuro. Neste momento, estamos a começar a amostrar a dispersão por outros grupos, nomeadamente por mamíferos, para tentar obter uma imagem mais completa da dispersão de sementes em São Tomé ”, conclui Ricardo Lima.

Mais informações sobre este projeto podem ser encontradas na página da Rufford Foundation.

 

Na fotografia: Céssia (Treron sanctithomae).


Tags: CE

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