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No Dia Internacional das Florestas, destaque para a investigação desenvolvida no cE3c


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21/03/2016. Texto por Luís Catarino e Marta Daniela Santos.

Assinala-se a 21 de março o Dia Internacional das Florestas: uma data que pretende sensibilizar para a importância da proteção das árvores e florestas para a vida na Terra. Esta efeméride foi pela primeira vez celebrada de forma oficial em 2013, por resolução da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas já bastante antes, ao longo do último século, se haviam multiplicado um pouco por todo o mundo celebrações com este mesmo objectivo: o de alertar para a importância das florestas e para a necessidade de repensar valores e atitudes.

Além da biodiversidade que albergam, as florestas são um sumidouro de dióxido de carbono e um reservatório de carbono importante na mitigação e combate às alterações climáticas. São também fonte de uma ampla gama de produtos utilizados pelas populações residentes e extraídos para comercialização, como madeiras.

As florestas representam um dos focos da investigação desenvolvida no cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Em particular uma das suas linhas de investigação, reforçada recentemente com a entrada de novos investigadores, é a das florestas tropicais africanas, que ocorrem em toda a zona sub-saariana. As florestas tropicais africanas albergam uma elevada biodiversidade , ao apresentarem uma estrutura e composição diversificadas que sustentam comunidades de animais e plantas bastante complexas.

Na maior parte dos países africanos as populações rurais dependem das florestas para a satisfação de muitas necessidades básicas, utilizando os recursos florestais para obter lenha e carvão, materiais de construção, produtos alimentares e plantas para utilizações fitoquímicas e medicinais. O profundo conhecimento sobre as propriedades e utilizações das plantas detido pelas populações pode ser valorizado através da extração e comercialização de produtos florestais não lenhosos.

Muitos ecossistemas florestais tropicais estão ameaçados por processos de desflorestação e degradação em geral ligados à atividade humana, sobretudo através da realização de queimadas, abate seletivo de espécies de árvores e palmeiras e conversão da floresta em campos de cultura.

Dada a importância das florestas no ciclo do carbono, existem programas para compensar financeiramente a redução de emissões por desflorestação e degradação florestal em países menos desenvolvidos, como são os casos dos mecanismos REDD, REDD+ e Blue Carbon, bem como os mercados voluntários de carbono.

No plano estratégico, desenhado pelo cE3c para 2015-2020, as florestas em ambiente continental, insular e tropical são um dos seus tópicos prioritários. Desde o nível molecular e eco-fisiológico (variabilidade intraespecífica) ao nível da paisagem e dos factores de alteração global (e.g, alterações climáticas, intensificação do uso do solo, desflorestação e degradação florestal), que condicionam a ecologia das florestas e a biodiversidade a elas associada, os membros do cE3c abordam de uma forma integrativa a investigação sobre as florestas.

 

A - Palmar misto de Elaeis guineensis; esta palmeira é uma das espécies florestais mais utilizadas pelas populações.

B – Floresta densa seca, Parque Nacional de Cantanhez, Guiné-Bissau.

C – As queimadas são um dos principais fatores de degradação florestal.

D – Fabrico artesanal de sabão a partir de óleo de palma e cinza do caroço do fruto de Elaeis guineensis.

E – Mangal, floresta das zonas sob influência das marés, Guiné-Bissau.

F – Sacos de carvão, fabricado a partir de árvores florestais abatidas seletivamente.

G – Mangal de Rhizophora racemosa, Barra do Rio Cuanza, Angola.

H – Floresta aberta de miombo, Cuando-Cubango, Angola.

I - Mocho Otus senegalensis, a arte do disfarce, Cuando-Cubango, Angola.fyueweuwieçf


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